Perguntas Frequentes | FAQ

Respostas diretas sobre a cultura de izakaya, comida japonesa, peruana e nikkei, níveis de picante, peixe cru, reservas e muito mais.

O que é um izakaya?

Um izakaya é um bar japonês com comida a sério. Não é apenas um “restaurante japonês”. No Japão, vai-se a um izakaya para beber cerveja, sake, highballs, shochu, cocktails ao estilo pisco (em casas modernas), comer petiscos salgados para partilhar e ficar horas. Não há pressa. Senta-se, pede-se uma bebida, alguns pratos, conversa-se, bebe-se outra vez, pede-se mais comida. É social e adulto.

O álcool é central na cultura de izakaya. A comida é pensada para acompanhar bebidas: fritos crocantes (como karaage, frango frito japonês), dentadas picantes e cítricas (como ceviche e tiradito em izakayas de estilo nikkei), espetos grelhados salgados, taças de conforto para a noite. A ideia é: a comida faz continuar a beber, e a bebida faz continuar a comer.

Por isso, um izakaya está mais próximo de “um bar que serve comida” do que de “um restaurante que também tem álcool”. Isto significa que, em geral, não é um ambiente para crianças. As crianças podem comer alguns pratos (arroz, grelhados, frango frito), mas o ambiente, sobretudo mais tarde, é adulto e focado no álcool. Não é uma cadeia familiar. Não é um espaço de atividades para miúdos.

Não existe um único “menu correto” de izakaya no Japão. Alguns izakayas focam-se em yakitori (espetos de frango grelhado). Outros especializam-se em sashimi e peixe super fresco. Outros são petiscos de bar fritos. Outros parecem a cozinha da avó, com guisados, pratos estufados e sopa de miso. Alguns têm influência de pratos chineses ou coreanos. Alguns são modernos e servem o que o chef quer. Portanto, “comida de izakaya” pode ser mista. Não significa sempre “sushi” e não tem de ser 100% pratos japoneses tradicionais.

Fora do Japão, por vezes traduzem “izakaya” como “bar de tapas japonês”, mas isso não é exato. O espírito de um izakaya é: descontraído, adulto, centrado no álcool, pratos para partilhar e voltar a pedir.

O nosso izakaya em Matosinhos, Porto, Portugal segue este espírito. Servimos pratos japoneses (karaage, gyoza, peixe grelhado, pratos com miso, arroz, pickles), pratos peruanos (ceviche, leche de tigre, causa, molhos de chili peruanos) e pratos nikkei (peruano-japoneses, como tiradito: cortes ao estilo sashimi servidos com citrinos, chili e coentros). Esta mistura encaixa na ideia de izakaya: comida para partilhar com bebidas, num espaço onde é para ficar.

São japoneses, peruanos ou “fusion”?

Cozinhamos em três vias: japonesa, peruana e nikkei (peruano-japonesa). Não somos “fusion” aleatório.

Japonês: karaage (frango frito japonês), gyoza, peixe grelhado, pratos com miso, pickles, arroz; pratos salgados que ligam na perfeição com cerveja e sake.

Peruano: ceviche, leche de tigre, causa, molhos de chili peruanos (ají limo, ají amarillo, rocoto), sabores cítricos e de marisco que sabem a Peru.

Nikkei: Nikkei é uma cozinha real, criada no Peru por imigrantes japoneses e seus descendentes. Combina técnica de faca japonesa e respeito pelo peixe cru com ingredientes peruanos (lima, ají limo, coentros, cebola roxa, batata-doce, milho). Tiradito — lâminas finas de peixe como sashimi, temperadas como ceviche — é um clássico nikkei.

Portanto, não estamos só a pôr manga e maionese no “sushi” e a chamar-lhe criatividade. Servimos pratos japoneses, peruanos e nikkei estabelecidos que existem nessas culturas gastronómicas.

O que querem dizer com comida “autêntica”?

“Autêntica”, aqui, significa respeitarmos como estes pratos são realmente feitos no Japão e no Peru (e por chefs nikkei no Peru), e não apenas o que se popularizou em versões turísticas europeias.

Autenticidade peruana: o verdadeiro ceviche peruano não é doce nem vem coberto com salsa de fruta. É peixe fresco, lima, sal, cebola roxa, coentros e chili peruano (especialmente ají limo). Deve ser brilhante, salgado, ácido e picante. Não açucarado.

Autenticidade japonesa (estilo izakaya): a comida de izakaya é comida de bar para adultos: karaage, gyoza, peixe grelhado, pickles, pratos com miso, arroz. Destina-se a acompanhar álcool — cerveja, sake, highballs — não a ser fine dining caro ou “sushi all-you-can-eat”.

Autenticidade nikkei: nikkei é uma cozinha peruano-japonesa com história, sobretudo em Lima. Não é “fusion” aleatório. É disciplina de faca do Japão + citrinos, chili e ervas do Peru.

Estamos em Matosinhos, Porto, Portugal, por isso obviamente não fingimos estar em Lima ou Tóquio. Mas não inventamos “ceviche turístico” e chamamos-lhe Peru, nem inventamos “sushi doce com manga e maionese” e chamamos-lhe Japão.

Está tudo no menu picante?

Não. Muitos pratos de estilo izakaya japonês (karaage, gyoza, pratos com miso, arroz, peixe grelhado) não são picantes.

Mas: o ceviche peruano tradicional e a leche de tigre são picantes no Peru. Não “mild”. Falamos de picante a sério, muitas vezes comparável ao das cozinhas tailandesas. Sente-se logo nos lábios e na língua. Esta picância vem de malaguetas peruanas, sobretudo ají limo, por vezes rocoto, e por vezes com apoio de ají amarillo.

O picante no ceviche não é decoração. Faz parte do perfil de sabor. Sem ele, o ceviche sabe plano e azedo em vez de vivo e brilhante.

Portanto: nem tudo é picante. Mas aquilo que deve ser picante (o verdadeiro ceviche peruano, a leche de tigre) não será atenuado para “mild turístico” a menos que peça explicitamente.

Que malagueta é usada no ceviche peruano?

A malagueta clássica no ceviche peruano é o ají limo.

Ají limo: malagueta peruana usada sobretudo na costa. Muito aromática, floral e cítrica, com ardor rápido e intenso. Normalmente é picada fresca diretamente no ceviche e na leche de tigre. Quando o ceviche em Lima “morde”, muitas vezes é o ají limo.

Ají amarillo: malagueta amarela/alaranjada com sabor frutado, quase tropical (comparam a manga ou maracujá). Picância média. Dá corpo, cor e profundidade de sabor a molhos peruanos, causas e, às vezes, bases de marinadas de ceviche e tiraditos.

Rocoto: malagueta peruana redonda, vermelha e carnuda. Muito picante, com sabor fresco e ligeiramente doce. Usa-se no ceviche para dar mais força, em salsa de rocoto (molho de mesa) e em rocoto relleno (prato famoso de Arequipa).

Resumo rápido: ají limo = principal malagueta do ceviche; ají amarillo = corpo e cor; rocoto = potência extra. Se o “ceviche” era doce e sem ardor nenhum, não era ceviche peruano.

Porque é que o vosso ceviche não é doce como o que provei noutro sítio?

Porque o ceviche peruano tradicional não deve ser doce.

O verdadeiro ceviche do Peru faz-se com: peixe fresco, lima (não limão), sal, cebola roxa, coentros e malagueta peruana (ají limo, às vezes rocoto, por vezes com apoio de ají amarillo). Só isso. É brilhante, salgado, ácido, picante e direto.

NÃO deve incluir xarope de manga, maionese doce, molho de ananás ou “molhos tropicais”. Esse estilo de “salada de fruta com peixe” é uma invenção europeia/turística, não o padrão costeiro peruano.

Além disso: o ceviche peruano é marinado por pouco tempo. Não se deixa a “cozinhar” horas. O tempo certo mantém a textura perfeita.

Têm sushi?

Servimos peixe cru de alta qualidade e algumas preparações com arroz, mas não somos um “all-you-can-eat de sushi” nem uma “fábrica de rolls com maionese”.

No Japão, “sushi” significa arroz temperado com uma cobertura (muitas vezes peixe). “Sashimi” são lâminas de peixe cru sem arroz. “Tiradito” (da cozinha nikkei no Peru) parece sashimi — lâminas finas de peixe — mas é temperado com citrinos, chili e ervas, como um ceviche.

Servimos peixe ao estilo sashimi, tiradito (estilo nikkei), ceviche (estilo peruano) e, por vezes, pratos de arroz feitos com respeito japonês pelo ingrediente.

NÃO cobrimos tudo com queijo creme, manga, molho doce e cebola crocante e chamamos “japonês”. Espere cortes limpos, manipulação correta, temperatura certa, citrinos e chili de verdade.

O peixe é cru?

Às vezes sim — de propósito.

Marisco cru (ou quase cru/curado em ácido) aparece em: pratos ao estilo sashimi japonês, tiradito nikkei e ceviche peruano (tecnicamente, o ceviche “cozinha” com ácido, não com calor, por isso muitos clientes continuam a considerá-lo cru).

Se não come peixe cru, pode comer aqui sem problema. Temos pratos cozinhados ao estilo izakaya como karaage (frango frito japonês), gyoza, pratos de arroz, grelhados, guisados e acompanhamentos quentes.

O que é a leche de tigre?

Leche de tigre (“leite de tigre”) é a marinada do ceviche peruano. Faz-se com sumo de lima fresco, sal, os sucos naturais de peixe muito fresco, coentros, cebola roxa e malagueta peruana fresca (tradicionalmente ají limo, às vezes rocoto, por vezes ají amarillo).

É isto que realmente “cozinha” o peixe no ceviche sem usar calor. É salgada, ácida, picante e incrivelmente saborosa. No Peru, bebe-se quase como um shot. É considerada revigorante — sobretudo na manhã seguinte a beber.

Atenção: a verdadeira leche de tigre pode ser picante.

O que é a cozinha Nikkei?

Nikkei é cozinha peruano-japonesa. Desenvolveu-se no Peru através da imigração japonesa e hoje é internacionalmente respeitada.

Pontos-chave da cozinha nikkei: disciplina de faca e manipulação de peixe cru do Japão, lógica de sabores peruana (lima, ají limo, coentros, cebola roxa, batata-doce, milho), apresentação limpa, sabor brilhante e picante.

Um prato nikkei clássico é o tiradito: lâminas finas de peixe (como sashimi) servidas num molho de citrinos e chili (como ceviche). É o Peru e o Japão no mesmo prato.

Nikkei não é “fusion” aleatório nem “sushi com fruta”. É uma cozinha definida, com história.

Não gosto de peixe cru. Consigo comer aqui?

Sim. Pode perfeitamente fazer uma refeição completa sem tocar em peixe cru ou ceviche.

Os pratos de conforto ao estilo izakaya incluem karaage (frango frito japonês), gyoza (dumplings), marisco e carne grelhados, pratos de arroz, pratos estufados/guizados, legumes quentes, pickles e causa (prato peruano de batata que pode ser servido sem peixe cru).

Basta dizer “sem peixe cru” e apontamos-lhe os pratos certos.

Podem fazer os pratos menos picantes?

Às vezes podemos reduzir a malagueta, mas não destruiremos a identidade do prato.

Por exemplo: ceviche e leche de tigre assentam em lima, sal, cebola, coentros e ají limo (e às vezes rocoto). Se retirarmos totalmente a malagueta, deixa de saber a ceviche peruano e passa a ser “peixe em sumo de lima”.

Podemos reduzir o ardor e pôr molhos picantes (como salsa de rocoto) ao lado, mas preferimos orientar para pratos que se ajustem ao seu gosto em vez de servir uma versão “quebrada” de um clássico.

Além disso, muitos pratos de izakaya são naturalmente nada picantes. Se preferir comida suave, encaminhamos para aí.

Têm “all you can eat” ou travessas gigantes mistas?

Não. Não somos um restaurante de sushi “all-you-can-eat”. Somos um izakaya.

Peixe em condições, bem manipulado, à temperatura certa e cortado com técnica, não é coisa para encher uma travessa sem fundo por 10 €. Esse modelo costuma significar atalhos e desperdício.

O nosso ritmo é: pedir dois pratos, beber, conversar, pedir mais uma coisa, repetir. É assim que funciona a cultura de izakaya.

Fazem takeaway ou entrega?

Alguns pratos viajam bem (karaage, gyoza, bowls de arroz, alguns grelhados). Outros não.

Ceviche, tiradito e tudo o que depende de timing preciso e frio não gostam de entrega. A lima continua a “cozinhar” o peixe, por isso após 30+ minutos já não é o mesmo prato. A textura perde-se.

Portanto, para alguns itens sim. Para outros, diremos “só para comer no restaurante”, porque preferimos proteger a qualidade a enviar um ceviche “morto”.

É normal vir só para bebidas e dois pratos?

Sim. É literalmente assim que funciona um izakaya.

Não precisa de pedir “entrada, prato principal, sobremesa”. Pode sentar-se, beber uma cerveja, sake, highball ou cocktail de pisco, e pedir alguns pratos para partilhar. Depois talvez mais um. Ficar. Conversar.

A cultura de izakaya é álcool-primeiro, comida-também, de forma relaxada. Não é “comer rápido e sair”. É “instalar-se”.

Crianças são bem-vindas?

Ficamos felizes por alimentar crianças bem-comportadas mais cedo ao fim do dia — frango frito (karaage), arroz, gyoza suaves, grelhados sem chili, molho à parte.

Mas somos francos: um izakaya é fundamentalmente um espaço centrado no álcool (cerveja, sake, highballs, cocktails de pisco). Está mais próximo de “um bar com excelente comida” do que de um restaurante familiar. Mais tarde, a energia é adulta e social, não focada em crianças.

Portanto, sim, as crianças podem comer a comida, mas não, não somos um ambiente de entretenimento infantil.

Aceitam reservas?

Recomendamos reservar, especialmente à noite e aos fins de semana. O espaço é propositadamente não enorme — o verdadeiro estilo izakaya é mais íntimo do que um grande salão.

Se houver lugares de bar ou balcão livres, podemos aceitar walk-ins. Para grupos, por favor, reservem.

Têm opções vegetarianas ou vegan?

Temos pratos amigos do vegetariano, mas preferimos ser transparentes.

A cozinha de izakaya japonesa inclui acompanhamentos de legumes, pickles, pratos com tofu, arroz, legumes grelhados. A cozinha peruana inclui causa (batata temperada), alguns molhos com ají amarillo e pratos à base de vegetais.

No entanto, Peru e Japão são ambos muito centrados em marisco. Alguns molhos podem usar caldo de peixe, dashi, bonito, etc. Por favor diga claramente se é vegetariano ou vegan para o podermos orientar para pratos que realmente respeitem o que come, em vez de adivinhar.

Têm opções sem glúten?

Muitas vezes sim, mas precisamos de falar primeiro.

O molho de soja (shoyu) geralmente contém trigo. Alguns fritos usam farinha de trigo ou panko. Alguns molhos são espessados com ingredientes que contêm glúten.

Se nos disser que é sem glúten (sobretudo por motivos médicos), indicamos os pratos naturalmente seguros e o que podemos adaptar.

Sou alérgico a marisco. Posso comer aqui em segurança?

Faremos o nosso melhor, mas tem de nos avisar imediatamente.

Ceviche peruano e izakaya japonês usam marisco (camarão, lula, polvo, etc.). Há sempre risco de contaminação cruzada numa cozinha que trabalha constantemente com marisco.

Seremos honestos sobre o que é seguro, o que é arriscado e o que não é possível. A sua segurança está primeiro.

Porque é que as porções de ceviche são mais pequenas do que “taças gigantes de ceviche” que já vi?

Porque servimos ceviche peruano, não “salada de fruta com peixe”.

O verdadeiro ceviche peruano é focado, fresco, picante e sensível ao tempo. É cortado na hora, temperado com lima, sal, cebola roxa, coentros e malagueta peruana (sobretudo ají limo) e é para ser comido imediatamente.

A “taça gigante de ceviche doce com manga, abacate, maionese e nachos” não é ceviche peruano. É uma remix europeia/turística. Não fazemos isso.

Põem queijo creme, molhos doces ou fruta no sushi?

Não. Não cobrimos peixe com queijo creme, molho xaroposo e cebola crocante e chamamos-lhe “japonês”.

A nossa abordagem ao peixe cru segue três tradições reais: serviço ao estilo sashimi (japonês), tiradito (nikkei: peruano-japonês), ceviche (peruano).

Espere peixe limpo, citrinos, chili, ervas, umami — não sushi de sobremesa.

Têm opções seguras para esquisitinhos ou para quem não come picante?

Sim. Podemos sugerir pratos suaves como karaage (frango frito japonês), gyoza, arroz, grelhados sem chili e molhos à parte.

Também podemos manter a malagueta separada para que você (ou o seu filho) possa provar um prato sem apanhar todo o ardor de ají limo, rocoto ou salsa de rocoto.

Mas lembre-se: mais tarde, o ambiente é adulto e focado no álcool. Estamos mais perto de “bar com excelente comida” do que de “restaurante familiar”.

Há dress code?

Não há dress code formal. Não precisa de fato nem saltos. Apenas pedimos respeito.

Somos um izakaya em Matosinhos, Porto. É descontraído. É sobre boa comida, bom peixe, bom chili, boas bebidas.

Porque abrir um izakaya japonês/peruano/nikkei em Matosinhos, Porto, Portugal?

Porque Matosinhos vive do peixe fresco.

A cozinha japonesa é sobre respeitar o peixe. A cozinha peruana é obcecada com peixe, lima, chili e sal. A cozinha nikkei nasceu literalmente da técnica japonesa aplicada ao marisco peruano.

Fazer isto em Matosinhos, Porto, Portugal faz sentido: temos acesso a marisco local e a cultura local já percebe que o peixe deve saber a mar, não a açúcar.
Não estamos a copiar Tóquio ou Lima — estamos a pôr os três lugares (Japão, Peru, Portugal) a conversar entre si.

Posso fazer perguntas à mesa?

Por favor. Pergunte-nos: “Isto é cru?” “É muito picante ou só um pouco?” “Podem pôr o ají limo/rocoto à parte?” “O que devo provar se nunca comi comida peruana?” “Qual é o vosso favorito hoje?”

Responderemos sempre com honestidade. Se perguntar “Seja honesto, isto vai arrasar comigo?”, diremos a verdade sobre o nível de picante.